domingo, 7 de dezembro de 2008

Os Alemães




Ruínas de uma casa de fazenda de alemães

Da enorme colónia de alemães existente no Libolo na era colonial sobraram quatro. Contra tudo e contra todos aqui permaneceram, mantiveram as propriedades e adquiriram a nacionalidade Angolana. Muito diferentes de portugueses e de angolanos, desde criança habituei-me a ouvir histórias relativas à sua excentricidade ou aos hábitos culturais muito diferentes dos nossos.

Hoje num convívio de amigos voltei a recordar aquelas histórias. Esta é recente e passada com um dos quatro alemães restantes... certo dia o alemão fazia anos e convidou algumas figuras da terra para a festa. A festa era na fazenda mas como os angolanos estão sempre prontos para uma boa festa, à hora marcada.

O cenário era uma casa abandonada há mais de dois meses com ervinhas, aranhas e centopeias no alpendre, um capinzal no quintal e a casa toda fechada. Foram chegando outros convidados e nada de anfitrião. Instalou-se a dúvida se a festa seria mesmo ali, mas como era pouco provável que todos estivessem equivocados esperaram. Saber esperar é fácil em Angola. Faz parte da vida e corre nas veias como um dos temperos fundamentais do sangue angolano. Além disso, por estas paragens há sempre que contar com o habitual imprevisto. Chamamos imprevisto não por duvidarmos que aconteça, mas por não sabermos o que vai acontecer.

Dizem que mais de uma hora depois apareceu o anfitrião. Trazia para a festa algumas latas de sardinha, pão, cerveja e algumas gasosas. Uma travessa enorme deu para pôr o conteúdo das latas de sardinha e ou menos lestos a pegar em talheres tiveram que usar da imaginação para conseguir comer alguma coisa além de pão.





6 comentários:

Amélie disse...

Oi amigo, que alegria ler as tuas histórias, que alegria que consegues manter o teu blog para sentirmos um pouco dos teus dias. Nós aqui igual, à procura de sermos felizes. Um abraço do coração.

Lusbelo disse...

;-*
Pois é Amelie, sabemos que por aí e por aqui todos procuramos o mesmo. Tão perto que ela anda mas tão difícil de alcançar... :-(

Vou tentar manter o Blog e os amigos serão sempre o principal incentivo.

Beijos

Seagul disse...

ôi Nandinho
Essa é a casa da mulher da areia não?
Lá dizia o Asterix: estes romanos são loucos!
Beijinhos
Gina

xa disse...

Boas, o meu falecido pai ( o Dadinho) falou-me muitas vezes dos "Alemães"! É engraçado que 33 anos depois de eu ter "saído" do sítio que me viu nascer, venha à web e, veja que existe uma relação em tudo o que me contaram!
Bem haja pelo blog.
ABC,
Carlos Santos

Lusbelo disse...

Seagul. ;-*

Não entendi a referência á mulher da areia... :-(( Eram loucos mesmo. Não é a maior, 300m2 de área coberta, das que que eu já vi e sei que não era dos alemães mais ricos da zona. Seria talvez de um dos muitos Condes e Barões da realeza Alemã que cá viviam.

Em breve devemos mudar para outra fazenda alemã, este é um dos que por cá ficou. Não conheço as estruturas desta fazenda que era das mais famosas do Libolo. Contarei como é.;-)

;*

Lusbelo disse...

Carlos Santos!

Quem de Calulo não ouviu falar dos alemães? Vou estando por aqui, se quiseres saber histórias da nossa terra vai aparecendo.

Abraços