segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Um Dia Molhado

Depois de uma noite completamente seca, ao primeiro toque da sirene às 5:30 da manhã, ela chegou serena e quase despercebida, mal se ouvindo o som dos primeiros pingos na chapa. Ainda tímidos e em pequena quantidade pareciam o início de mais uma manhã como outra qualquer de cacimbo forte. Daquele cacimbo quase chuva, capaz de molhar com facilidade quem se aventure por ele dentro. Mas ao segundo toque, quinze minutos depois, as gotas engrossaram e intensificaram-se. Às seis já não foi possível marcar as presenças do pessoal que se preparava para mais um dia de trabalho. Um compasso de espera serviu para que abrandasse o suficiente para se poder começar os trabalhos. E foi assim todo o dia. Ora com mais intensidade, ora com a suavidade com que começou o dia, foi uma companheira. Só às 16 horas se decidiu a deixar de brincar, convocou o vento e a trovoada, os companheiros habituais, e brindou-nos com litros e litros de água. Não com a fúria da tempestade de há dias, mas muito mais prolongada e persistente. São 17 horas e ainda não dá sinal de abrandamento. Os mais conhecedores deste clima dizem que quando assim é, é para toda a noite. Vamos ver…

… E foi mesmo… o choro melancólico das nuvens na chapa de cobertura foi o canto que me embalou durante a noite.

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