domingo, 7 de setembro de 2008

The day after...

E já estamos no dia seguinte… Toda a campanha decorreu com grande civismo, sem incidentes violentos (pelo menos que eu tenha conhecimento), muita tolerância entre os partidos que ainda há meia dúzia de anos estavam em guerra e acesso de todos os partidos e coligações aos meios de comunicação do estado através dos tempos de antena atribuídos por lei como é normal em qualquer democracia. A mancha negra em todo este processo foi a TPA, televisão angolana, que esteve sempre descaradamente ao serviço do Governo, actuando sempre sem o mínimo de isenção.

Todos estávamos convencidos que teríamos de votar na assembleia de voto onde estávamos recenseados, e toda a programação de trabalho foi feita nesse sentido. A partir do fim de semana anterior toda a gente se começou a movimentar e as estradas ficaram apinhadas de gente que se deslocavam das mais variadas maneiras carregando como podiam tudo o que era possível levar. Penso que perante este panorama a Comissão Nacional de Eleições foi obrigada a autorizar o voto em qualquer assembleia. Com o ritmo de desenvolvimento que o país está a ter e com a facilidade nas deslocações devido à grande quantidade de estradas já recuperadas, são muitos milhares as pessoas que neste momento não se encontram no local onde se recensearam. Algumas estão mesmo muito, muito longe desses locais. Na fila de voto especial onde estive hora e meia à espera da minha vez, voto especial foi o nome dado aos votos feitos fora da sua assembleia de voto, junto a mim estavam quatro pessoas recenseadas em Luanda, três na Huíla, duas no Namíbe e seis do Cunene…

A votação propriamente dita decorreu com toda a normalidade, pelo menos nas assembleias de votos por onde andei. Abriu tudo à hora marcada e as grandes filas que se formaram logo a partir das seis da manhã, tinham desaparecido por volta das onze. Quando depois de votar cheguei a casa e liguei a televisão, fiquei a saber que em Luanda as coisas não tinham decorrido tão bem. Atrasos e muita desorganização só me vieram dar razão quando eu digo que o pior de Angola é Luanda. Trezentas e vinte assembleias de voto de Luanda terão de abrir ou reabrir hoje, (vamos ver se abrem)… Não é nada ilegal dado que estava previsto dois dias de votação em casos extraordinários mas teria sido muito mais bonito.

3 comentários:

Seagul disse...

Enfim, de pequenos passos se fazem grandes caminhadas e grandes democracias... tenhamos esperança e sobretudo, doses reforçadas de persistência!

Unknown disse...

Eu estou FELIZ com as eleições em Angola... e a perfeição não existe mesmo!

Aquele beijo e abracinho... com saudade

Lusbelo disse...

Seagul, Natacha!!

Passo a passo vamos caminhando em direcçao da utopia da perfeição. Importante é mesmo o caminho.

Beijos